Caminho Português Medieval 2012

Caminhos de Santiago 2012

Caminho Medieval Português

“Se encontrares um caminho sem obstáculos, pensa que talvez não te leve a lado nenhum”

Esta cronica/diário é essencialmente dirigida aos nossos companheiros emigrados que mesmo longe continuam com o espírito dêdêrriano e outros que, por alguma razão não puderam estar connosco durante estes três dias de aventura até Espanha e, para todos os que gostam de estar informados sobre as peculiaridades deste grupo que passa a vida a mijar fora do penico.

Este ano fomos pela sexta vez percorrer os caminhos religiosos mais antigos do mundo, até à catedral onde está sepultado o apóstolo Santiago em Compostela

O caminho escolhido este ano pelos “durosderoer”, Caminho Central  Português, é de dificuldade média para quem o faz em bicicleta, não sendo um caminho difícil no entanto, como todos os caminhos medievais tem alguns obstáculos mais ou menos difíceis de transpor, dependendo como é óbvio, da condição física de cada um.

Comecemos então:

Ponto de encontro – Café Rafael – ao contrário das outras vezes, que tivemos de esperar três horas pelo autocarro, ou ir buscar o Milo à cama, desta vez toda a gente compareceu a horas. Isto vai ser um sucesso pensei; vai ser tudo certinho, chegar a horas aos pontos previstos, tomar banho ao fim do dia, comer, dar uma volta pelas ruas e fazer óó cedo, para no dia seguinte fresquinhos, enfrentar nova jornada e assim sucessivamente até Santiago e, uma vez em Compostela, revisitar a catedral e outros pontos de interesse dos muitos que a cidade tem para oferecer a quem a visita.

Oh santa ingenuidade, tais pensamentos nunca poderiam ser sobre o grupo ddr.

– Ao arrancarmos, a zirinha Trek do chefe tinha um macaquinho empoleirado em cima do guiador. O macaquinho naquele galho, não prenunciava nada de bom, e, de facto não prenunciou, pois se até Barcelos todos se portaram lindamente, daí para a frente começou o descarrilamento, foram só desgraças

– Entre Lijó e Aborim, a burra 29 e o P Fernandes, enrodilharam-se os dois e foram parar de cangalhas a um campo de milho enlameado e, pronto, estava dado o mote para os próximos capítulos. Este enlamear do PF, foi uma reprise já vista no Caminho da Costa  mas, mergulhar duas vezes na lama de igual modo, não pode ser coincidência e embora ele tenha negado, nós acreditamos que foi mesmo promessa e não nabice a mais

– A burra do Hélder, uma preguiçosa, saltou para cima de um camiãozito armada em mula esperta, à espera de boleia, mas sem sorte, teve de descer e continuar a bater com os cascos no chão pois foi para isso que nasceu

– Mais à frente paramos num viveiro de trutas e o Mota surpreendeu-me, amarrando uma cana de pesca, com várias voltas de fita-cola à volta da minha jolly (piceleiro) e convenceu-me a leva-la para me dedicar à pesca. Contente com a oferta, peguei na burra/cana e fui por ali fora, mas ao fim de dois kms desisti do artefato por protestos dos gajos que se puseram à frente da ponta da dita. Fiquei por saber se eram protestos de dor ou de prazer

– Ao km 40, o João Zão tinha emborcado três doses de S.Bock. Grande João

-Antes da tal temida subida da Portela de que todos falavam, em Ponte de Lima fomos abastecer e cumprimentar a nossa amiga tia Márcia de “Os Telhadinhos”, a tasca da ementa escabrosa, que todo o mundo conhece. Saímos de lá com a língua e o dentes da côr do sarro dos pipos, mas valeu a pena, porque foi assim que eu e o Hélder tivemos força para levar as burras montadas em cima do lombo. Passamos a bestas porque não havia modo de as convencer a subir aquela estrada esburacada e cheia de calhaus e, deixe que vos diga, os gajos daquele tempo a construir estradas foram um desastre, se tinham falta de calceteiros, faziam um túnel. A suar em bica chegamos ao cimo do monte com as gingas em cima do nosso carrulo, onde os quatorze ddr, já tinham mesa posta à beira de um magote de gente pequena e graúda e estrangeira também. Os primeiros a terminar o almoço/sandoxado, começaram a dar espétaculo sobre a arte de bem descer, com a zirinha do chefe à cabeça mais o macaquinho, tudo para chamar a atenção que éramos um grupo certinho de atletas de topo e, arre que nos vamos embora a toda a força em direção a Rubiães

– Dois kms a descer à maluca e… toca a voltar para trás porque o Filipe, esqueceu-se do saco da moina em cima do penedo. Acompanharam-no na subida que há uns segundos tinhamos descido, o Chico e o Bruno o resto do pessoal ficou de papo para o ar à espera que voltassem, com o resgate. Como não me apeteceu ficar à espera, avisei o Berto que ia continuar à procura de uma tasca para tomar café. Ao fim de 3kms nem tasca, nem ninguém do grupo, telefonei p´ro Berto a perguntar o que se passava, e respondeu-me que continuasse porque estavam…à minha espera!!! Bolas, pensei, onde é que me enganei? Pois segui sempre as setas, e, na dúvida comecei à procura de novas setas amarelas para me reorientar e ir ao encontro deles, pois se calhar estava enganado. Novo telefonema e, afinal estavam um km atrás de mim…à minha espera. Os ddr no seu melhor

– Perto de Valença foi a vez do Nelson entrar em cena, tendo por única testemunha abonatória do que aconteceu(nem de propósito), o Futre, que viu tudo direitinho e contou-nos depois: “ aquilo só visto,  por aquele caminho cheio de pedras, o Nelson aos pulos em cima da burra, trum, trum, cataprum, pum e depois começou liquido branco a sair em jato da roda da frente e a borrifar as pedras da calçada, foi um espectáculo”. O resto do pessoal  à frente e a uma distância considerável, também se borrifou para o furo do Nelson e continuou deitado na estrada de pixe à espera que eles dessem à costa. Entretanto apareceram junto deles (Nelson e Futre), dois amigos do Porto, o Pedro e o Luís, que os desenrascaram porque eles não percebiam nada daquiloamigos! Pedro e Luís: o Nelson manda dizer através deste blog que está eternamente agradecido, pela vossa ajuda, pois se não fosse vocês estava quilhado, teria de palmilhar um km a pé (nada que ele não estivesse habituado), com a mula às costas até ao ponto onde o pessoal estava repimpadamente na maior -, Vai daqui um abraço para vocês e um obrigado por desenrascar um peso pesado de sete arrobas, esperemos que o resto do caminho vos tenha corrido bem

– Passamos Valença e entramos em Tui, o caminho prosseguia por um túnel com escadas a descer e em curva por debaixo do convento das Clarissas Enclausuradas, só possível de descer com as burras à mão. O Berto, como ia na frente foi o mais rápido a atravessa-lo mas, deitou a burra demasiado na curva e tocou com o bidon no chão e este soltou-se do suporte ficando a rebolar pelas escadas e a perder taurina. A moral da história? Devemos ter sempre o bidon bem agarrado à mula, porque podemos resvalar e ficar arranhados, até por um mísero frasco de plástico. Nesta viagem, bem tentamos dar uma boa imagem aos nossos amigos de Cristelo: Cândido, Luís e Aventino, que nos acompanharam no primeiro dia, como sendo um grupo seleto mas saía tudo ao contrário, o estupor do macaquinho encavalitado na zirinha continuava a fazer das dele e a rir-se

– Chegamos a Porrinho, a meta do primeiro dia. O César que anda a vergar a mola, por aquelas paragens, apareceu para jantar e conviver um pouco connosco. Dirigimo-nos para o hotel e novo incidente, os gajos – neste caso a gaja – da receção não nos queriam dar a paparoca para o pequeno-almoço como tinha ficado acordado por mail, fizemos finca-pé a reivindicar os nossos direitos, ou não fossemos “durosderoer” e, como contra factos não há argumentos lá cumpriram o prometido. O hotel onde pernoitamos era um bocado espelunca, além de estar na época da muda da pele da fachada, algumas portas tinham mau funcionamento, houve quem tivesse de arranca-las para poder sair ou entrar no quarto.

O jantar aos bocadillos, foi um sucesso – graças à cunha do Nelson que conhecia o dono -, não porque estivéssemos cheios de larica, mas pelo convívio demorado que serviu tambem para fazer a retrospectiva das desgraças do dia

Findo o repasto bocadilleiro, deu-se inicio a um sarau bem “sarauzado”. Sentados na esplanada do bar, foi uma delícia ouvir durante largo tempo –  até cerrar o botequim – as histórias mirabolantes contadas pelo impagável e carismático Futre, inspirado, com veia para a narração, bem coadjuvado pelo Carias, outro histórico com pinta. Foi um prazer enorme ouvi-los durante tanto tempo. Se o serão do primeiro dia foi um bom momento e foi, a propensão para pôr a pata na argola, já é fado: às duas por três, o Futre entendeu que algo estava mal na porta do WC; a caricatura do que parecia ser uma mulher a segurar dois baldes de massa estampada na porta, o que significava? “Só pode ser para duas mulheres usa-la ao mesmo tempo…até vou tirar uma fotografia, `pera aí…”, dito e feito, levanta-se e dirige-se para a casa de banho e aponta o telemóvel à caricatura. Um fulano dentro entreabre a porta pergunta admirado qual era a sua intenção? Ou se queria fotografa-lo em funções? Estragou tudo; fez com que o Futre desistisse da foto e ficasse ainda mais baralhado, ficamos todos, afinal a casa com os dois baldes é para ser usada por quem tem dois…ou será para os dois?… ou duas?..ou todos? p de confusão…“vamos embora”

De regresso ao hotel, enquanto uns preparavam-se para “dormir”, outro pessoal andava atarefado para abrir/arrancar as tais portas estragadas. O Bruno abstraído de tudo, pouco se importando que fosse 23h30, continuava impávido e sereno a escovar a burra em frente do hotel. Uma coisa é certa: se todos tratassem bem as mulas como o Bruno, depois não havia assunto

O segundo dia, foi mais do mesmo. Saímos do hotel preparados para enfrentar a chuva morrinhenta que entretanto começara a cair, felizmente durou pouco.

Claro que só temos narrado as cenas mais “edificantes”, porque as menos não há espaço que chegue.

Até Redondela as coisas correram bem, tirando a demora à saída de Porrinho, da meia hora na fila, (eu o Berto e o Nelson, arrancamos na frente), para a casa-de-banho. Com tanto matagal nas redondezas e o Sol a brilhar, não se justificou tanta demora, enfim, manias cagantes

– Em Redondela, o PFernandes e o Bruno, perderam-se (já tardava), e, assistimos a uma procissão insólita para aquilo que estamos habituados,  ainda para mais a uma sexta-feira às 10h30: um andor com a imagem de uma santa e um par de cornos à frente, carregada por quatro homens, não sei com que intenção, acompanhada por meia dúzia de mulheres e uma banda de música, todos a caminhar rápido, enquanto ao lado dois policias discutiam com um civil e este com os policias

Como os desaparecidos…não apareciam, deixamos Redondela, com o grupo a vaticinar carinhosamente: “eles qsf”

– Dia 08 Junho, é o dia de aniversário do Bruno desde há 27 anos e então fizemos-lhe a vontade e deixamo-lo dar um mergulho nas águas profundas com 50cm, de um riacho, ele gosta muito de mergulhar dixit. O Futre como prova de amizade, colheu uma flor, com o intuito da lha oferecer, acabamos por demove-lo da ideia, pois parecia mal dar uma flor a um matulão com barba a tomar banho

– A poucos kms de Pontevedra, acampamos em redor de uma barraca, parecida com a do Sr Armando dos gelados d`Apúlia.

Empanturramo-nos com baguetes de…. e de…., não interessa, era qualquer coisa metido no meio, foi uma festa, a barraca além de baguetes  farta-bruto, também tinha gelados. Os peregrinos continuavam a passar ao lado sem parar, enquanto nós em estado zen, não tínhamos vontade nenhuma de sair dali, no final pedimos à dona se podíamos partir a barraca para nos divertir mas ela não autorizou. Foi pena

– Em Pontevedra paramos duas vezes; para tirar fotos ao mosteiro de S.Maria e à entrada para tomar café onde estavam ciclistas portugueses, não sei de onde raio vieram tantos; não passaram por nós, nós não passamos por eles, então…só…se… passaram…quando estávamos instalados regaladamente na barraca das farturas?…Só pode.

12kms depois entre Canicouba e Briallos, acho que é assim que se chama ao local, onde há outra vez, um pedaço do caminho mal-arranjado, lá tivemos de levar as mulas à mão durante um bocado, pelas pedras mal enjorcadas da calçada romana, ai que falta faz um Tino de Rans por aquelas bandas

– Depois, como nos tinha dado um ataque de pica a pedalar, em Caldas de Reis também não paramos, toca a bombar pelos caminhos, para variar agora com regos de água a atravessa-lo, só paramos no meio do capim de um quintal de uma casa com os cães a ladrar por lhe termos  invadido o seu espaço, porque nos enganamos e, na fonte das quatro bicas onde o nosso amigo Jorge  há dois anos em vez de encher o bag Camel, com água, despejou a pouca que tinha para…não pesar.

– Até Padrón só abrandamos um pouco, para o Hélder apreciar uma enorme plantação de esteios. Ele que julgava ter os melhores esteios da região d`Apulia, ficou boquiaberto quando viu estes esteios lindos e bem feitos, em varias posições, andou à procura do tratador para lhe perguntar se podia ficar por ali, porque depois do ataque de pica, passou-lhe a vontade de continuar a dar ao pedal, não o encontrou e desabrandamos

– Chegamos a Padrón cedo, p`raí 16h30, (hora Portuguesa), o Hélder revitalizado com o ar puro dos esteios, queria prosseguir até Santiago, o P Fernandes e o Nelson vendo a rapaz tão determinado, à rasca com uma ligadura no joelho, também queriam continuar mas o resto do grupo impôs-se e bloqueou tal ideia, porque ainda tínhamos umas cenazitas para representar em Pádron

– O Carias, o nosso asa, o nosso anjo -da-guarda, que nos livrou de pesos incómodos, como chegou cedo a Padrón, tinha ido à Pension Jardin, tratar dos alojamentos, quando chegamos foi só meter as burras no estábulo do costume (já o tinha sido em 2007,2010), escolher os quatros e quem ia dormir com quem: Seguimos com as valises no meio de uma  confusão, com o Carias e a dona (?) à frente da comitiva. Com toda a gente acomodada, o Futre como estava sozinho, convidou-me para a “suíte” dele, a mais espaçosa de todas, com três camas, janelas velux, um luxo. Nem me fiz rogado, fui buscar os dois sacos da roupa às águas-furtadas sem casa de banho que me atribuíram e instalei-me na suite com janelas velux. Passados uns minutos o Nelson bate à porta dizendo que era melhor sairmos dali, porque a dona, encontrando-o no corredor, começou a disparatar e a gritar com ele: putaconho, putaconho, sem saber o que significava, pois não percebia nada de espanhol mas, pelos gestos era seguramente relacionado com os okupas da suite com janelas de velux. Acabamos de tomar banho, quando entra em cena o Carias “Tendes que sair daqui rápido, rápido, o quarto está reservado para outras pessoas”, atónitos e confusos, pegamos nos sacos a sair roupa por todos os lados e, foi assim que dois gajos com uma pinta do c, foram despejados da suite com janelas de velux, a toque de caixa, como se fossem corridos ao pontapé, passando pela dona, perfilada no corredor com balde e esfregona à beira de um ataque de nervos, ainda a cumprimentamos e oferecemo-nos para pagar os “prejuízos” mas, nem piou. O Carias tinha amansado a fera

– Já refeitos da ordem de despejo, fomos dar uma volta na companhia do Tino, Emilio e Paulo Pinho, João Zão, mais o Milo da loje, pela enorme avenida rodeada de plátanos (?). O tempo estava agradável, sentamo-nos nos bancos espreguiçando-nos a ver os patinhos no rio. O Milo, como não queria misturas, sentou-se no muro da margem à nossa frente e depois começou a queixar-se do mau-cheiro “vós não sentis?” e continuou a queixar-se “ que fedor… mas vós não sentis o mau cheiro?”, descobriu ao fim de um tempo, que estava sentado em cima de excrementos dos patos. Com um grande desenho nos fundilhos das calças e um smell capaz de afastar as doninhas, restou ao Milo ir ao rio tirar o selo e depois pôr-se de rabo para o ar a secar a área atingida. Nada a comentar, o Milo no seu melhor

– Foi bonita a cantoria a um distinto ddr: “lava-o-casco-paulinho-lava-o-casco-com-chá-de-hortelã-lava-já…” e fomos jantar ao sitio do costume. Que fique desde já assente  que o jantar de Porrinho e este em Padrón foram momentos bem sucedidos, se no primeiro retrospetivou-se  as incidências do dia, este, servido também aos bocadillos por uma equipa de empregadas atarantadas com o barulho dos 17 manfios sentados em volta da mesa, não ficou atrás

O chefe em conluio com o Carias, surpreenderam o aniversariante Bruno, com bolo e velas a jato “não estava à espera de bufar às velas e já tinha até perdido as esperanças”, como ele próprio confessou no fim  com um belo disurso que a todo o custo o Futre tentava boicotar com a ameaça do capitão Almendra. Grande Bruno, foi uma honra cantar os parabéns afinadinhos, coisa rara no grupo, a tão destemido membro que nunca renega um bom mergulho em águas pouco ou muito profundas, no rio, no mar, em tanques, em poças, em charcos, em águas agitadas, paradas, com ondas grandes e pequenas, em piscinas com e sem água…sem água? Um gajo entusiasma-se e depois…

Terminamos em grande, isto é, o Futre terminou em grande, com uma grande cabeçada na porta de vidro de correr, deixando as marcas testais bem visíveis na porta, perante a estupefacção dos clientes e nosso gaudio. Também aqui, nada a comentar, cada um cabeceia como sabe e onde lhe apatece

Perante estas cenas, será que alguém se arrependeu de não termos continuado até Santiago? Duvido. Terminamos o dia com o Milo a confessar os seus pecados ao abade Filipe Rei, sentado no cadeirão papal.

Do terceiro e ultimo dia, pouco há a comentar, foi um trajeto curto, 25kms quase sempre debaixo de chuva molha-tolos. Ainda bem que choveu, para eu estrear as capas dos sapatos para a chuva, ao contrário do Milo que só as usou com Sol e guardou-as com chuva

– O Bruno e o Tóze, novatos nestas andanças, foram incumbidos de carimbar as credenciais de todos, missão que desempenharam com nota baixa, porque sobrou muito espaço para carimbos, nem um carimbo no último dia, para a próxima terão de fazer melhor e uma reciclagem com o Flávio, o homem detentor do record de 22 carimbos, no Caminho Francês

– Chegamos a Santiago por volta das 10h45. O nosso amigo Francisco Gomes já lá se encontrava com a carrinha para nos transportar de volta, juntamente com o Carias. Foi só tirar a foto da praxe na praça do Obradoiro e ala para as carrinhas, menos eu o Tóze e o Bruno, que perdemos 45minutos, para a Compostela, comprar souvenirs. Finalmente, pela primeira vez, em quatro edições visitei a Catedral, porque nas outras vezes…não houve tempo, mesmo agora fomos cruxificados pelo grupo por termos cometido semelhante heresia e demorado tanto tempo. Paciência, that`s life.

Terminamos mais uma uma aventura. É comum ouvir a quem gosta de andar de bicicleta falar sobre os caminhos de Santiago ou a aventura que é percorre-los, depois, os que o fizeram, contam, quase sempre com uma pontinha de exagero, o esforço que despenderam a fazer as subidas ingremes e descidas vertiginosas; outros lamentarem-se que gostariam de fazer os tão famosos carreiros do apóstolo, andam bem de bicicleta mas acham que não tem arcaboiço. Outros ainda, que, sim senhor, quanto ao físico até tem força cavalar, mas falta-lhe o espírito necessário para estas coisas.

Meus amigos façam como nós, montem numa bicicleta e aventurem-se sem medos, se entenderem faze-lo por motivos religiosos óptimo; se for pela aventura óptimo também; respeitem qualquer dos motivos; se caírem levantem-se, se for preciso sofrer, lembrem-se que o sofrimento é efémero, nunca desistam e mantenham o espirito positivo, quando chegarem ao destino extasiem-se com a grandiosidade e a arte da catedral em Compostela, sem complexos provincianos, entrem na atmosfera peregrina, gozem o momento e no final, pulem, dancem, bebam, rebolem-se, dêem cambalhotas, façam o que vos der na real gana, pois tudo isto faz parte da vida e contribui para o bom equilíbrio da mente

Os “durosderoer”, bike team bttApúlia terminam com uma mensagem a todos os temerosos:  nesta vida só nos arrependemos dos riscos que não corremos e, ninguém se conhece enquanto ainda não sofreu.

Bom Caminho!!!  

Os dezoito deste ano do Caminho Medieval Português 2012:

 A. Filipe Torres

 Francisco Ferreira (Chico)

 Paulo Santos (Pinho)

 Emílio Santos (Pinho)

 Hélder Santos

 Alberto Gonçalves

 Celestino Palmeira (Tino)

 Emílio Hipólito

 Luís Lopes (Mota)

 Filipe Correia (Futre)

 Narciso Ribeiro

 Paulo Fernandes

 Nelson Miranda

 Bruno Monte

 António Maia (Tóze)

João Zão

 Zacarias Palmeira (Carias)

e

 Francisco Gomes

 PS: logo que possivel as fotos serão publicadas

3 pensamentos sobre “Caminho Português Medieval 2012

  1. Céu Marques

    Olá malta… estou a trabalhar longe de casa e quando estamos longe, as noticias sobre a nossa terra ou a nossa gente ganham outro valor… admiro a vossa coragem e o vosso sentido de humor…diverti-me “bué” a ler a descrição de mais esta aventura. Continuem e PARABÉNS .

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  2. Bruno Monte

    e como não contribuí para esta fantástica crônica tenho que deixar umas palavras ao pessoal, um grande agradecimento pelo fantástico passeio a Santiago de Compostela (o 1º de muitos) e pelo fantástico dia de aniversário que me proporcionaram, deixarem-me ir ao banho 😀 e claro a surpresa ao jantar…obrigado companheiros espero daqui a um ano repetir esta experiencia fantástica
    PS: têm que honrar o desejo de aniversário que pedi a todos, escrever umas palavras no blog
    Grande abraço

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