Ai o rio, canudo!

Nem sempre um bom treino é seguir um rumo pré-determinado, andar de prego a fundo, fazer uma boa média, terminar com um acumulado jeitoso e um gráfico com muitos altos e baixos e a escorrer suor por todos os lados.

Por vezes um bom treino é fazer precisamente o contrário, por exemplo como hoje fizemos e embora saibamos que é essencial tirar todo o proveito de umas pedaladas fortes quando temos um determinado objetivo, hoje deixamos que o sentido da aventura com alguns resingadelas à mistura prevalecesse e redescobrimos locais há muito esquecidos, com tempo até para o Seara, Solinho e Luís porem a conversa em dia sobre a caravelha partida da roda da burra do Seara

Por vezes um bom treino é seguir o exemplo do Martinho quando sem cerimónias e mariquices, deu o exemplo e foi o primeiro a enfrentar as águas enfurecidas do rio desafiando os temerosos ddr a segui-lo (que ainda ponderaram deixa-lo sozinho ou voltar para trás) e determinado respondeu às dúvidas “qual é o problema? Atravessar isto? Estais com medo de molhar os coisos…. ?”.

E, o Martinho ousado enfrentou a Adamastor, com a água pelos joelhos e a burra pela mão arribou à outra margem, obrigando os outros ddr receosos de o perderem a segui-lo.

Grande Martinho, sem dúvida o ddr da semana.

E o treino continuou pois ainda havia muito trabalho para fazer antes do pirolito final, agora com os pés encharcados. A conversar dos três sobre a caravelha partida, tambem continuou.

Por vezes um bom treino é tudo isto, fazer como nós fizemos hoje.

Fotos dos temerários ddr a atravessar o rio:

 

 

Quando se faz o que se gosta…

Há ddr que fazem o que gostam e há ddr que gostam do que fazem. Parece a mesma coisa, mas há diferenças semelhantes.

Deleitamo-nos a meio de um treino, que tanto pode ter quarenta ou oitenta km, a dar uns mergulhos num dos lagos que fazem parte dos nossos roteiros pelas matas, a descer por trilhos de dificuldade elevada e depois terminamos o dia a atestar numa esplanada e vamos embora com o ego atestado (e às vezes ainda atestamos quando chegamos tarde a casa), por mais uma vez ter desfrutado de uma aventura solitária pelo monte, muitas das vezes (des)compensada por um ddr azarado que, por falta de jeito, azelhice ou burrice, bateu com os queixos no chão, para gaudio de quem assiste ao infortunado  ddr.

Porém, também gostamos de fazer uns treinos em modo de provas, com tempo  cronometrado mais ou menos oficializados, isto é, com cartaz e a pagar para depois, chegando o dia, descarregar a fundo toda a adrenalina acumulada durante a semana com o intuito de fazer boa figura conjuntamente com a concorrência ao longo dos quarenta, oitenta ou até cento e cinquenta km, dependendo da modalidade e, chegar ao fim com aquela sensação boa de alivio por nos termos safado dos obstáculos do percurso e da dureza da altimetria.

E, depois, refeitos da corrida, damos uma olhadela na tabuleta da classificação e ficamos satisfeitos com o tempo que fizemos, outras vezes frustrados porque achamos sempre que podíamos ter feito melhor e perante os colegas arranjamos uma desculpa esfarrapada para justificar, como se fossemos obrigados a faze-lo, a falta de pernas.

No dia seguinte, esquecemos tudo e já estamos prontos para outra aventura que tanto pode ser por conta própria, sozinho, pelo monte como fizeram os sete no domingo passado, sem stress, não importa se por trilhos calcorreados centenas de vezes a divertimos-nos como se fosse a primeira vez, ou por conta de outrem como tem acontecido nas ultimas semanas, onde também nos divertimos, a roer umas provazitas assim-assim, dependendo da perspetiva de cada um, como aquelas em que o Cesar participou a andar às voltas nos Urban Races de Cabeceiras (2º), Braga (4º), Galos (9º); como aquela dos três dias em que o Bruno roeu o Vila do Conde-Gerês-Vila do Conde; como a do Narciso e o Luís Torres (3º), que se empanturraram com pastéis de Chaves na mítica e saudosa Rota do Presunto; como a dos Seara, Miguel, Tozé, Bruno e Narciso que se embebedaram com o vinho Alvarinho no Granfondo de Monção-Melgaço e que bebedeira apanharam o Seara (32º) eo  Miguel (80º); como a do Cunha que andou um dia inteiro debaixo de água com a bike transformada em submarino a roer os montes e serras desde Montalegre até ao Rio Caldo e depois no dia a seguir desde o Rio Caldo até  Esposende no Transcavado 2019 e, que diversão foi os picanços pelos 5 Cumes no ultimo domingo em que o Cunha (10º), Luís Torre (9º), Seara (14º), Miguel (47º) e o Alexandre (58º), nas respetivas classes, picaram tudo o que havia para picar nos 5 Montes, já o Narciso (11º) e o Nelson (49º), tambem nas classe, foram mais comedidos e picaram só nos  três, bom, cada um gozou à sua maneira e picou o que quis ou pode.

E é por estas diversidades todas, que fazemos o que gostamos e no fim o mais importante é sentir como disse o Miguel no fim dos 5 Cumes de domingo: “Mais um domingo bem passado, fantástico” e nós corroboramos.

 No próximo domingo vamos todos p`ro picanço, nem K Kaia

Os protagonistas do ultimo domingo:

 

A Silly Season

Não sabemos se a tal silly season, estrangeirismo muito usado pelos jornalistas, para classificar as coisas mais mirabolantes e parvas que acontecem em julho e agosto, meses de ferias por excelência, vai continuar por setembro.

No que diz respeito ao tempo, estamos conversados, foi uma fraude de todo tamanho, a silly season funcionou bem, o gajo que comanda o clima não foi competente e carregou nos botões errados,  trocando os meses de verão pelos de inverno, uma rebaldaria que deixou toda a gente a clamar por sol p`ro bronze. Só agora que estamos em setembro, é que deu pelo erro e finalmente carregou no botão do calor.

Quanto aos ddr, não se notou grande coisa, as coisas parvas que aconteceram durante o verão, foi mais ou menos o prolongamento das outras estações do ano, vamos só relembrar uma ou outra parvoíce das mais recentes como aquela do Anthony de Vila Cova, ter amuado porque não lhe fizemos a vontade do treino p`ro picanço ser na terra dele, enfunado, nem começou o treino e foi-se embora porque dali a….três horas(????), tinha de estar em casa.

Outra coisa parva foi o atrevimento do Milo e do Tino, a tentarem impor uma nova versão da historia do urso e do caçador, queriam sobrepor a versão deles à verdadeira, à original historia ursante do Futre, que se recusa a conta-la enquanto os dois farsantes não retirarem a versão contrafeita deles, ficando assim este diferendo adiado e sem fim à vista. Quem se lixou, mais uma vez, foi o Miguel e o Nelson que ficaram a xuxar nos dedos à espera dos ursos.                                              E  quanto às coisas parvas fiquemos por estes dois exemplos, senão nunca mais saímos daqui.

Mas nestes dois meses tambem aconteceram coisas interessantes e até fenomenais e aqui estamos a referirmos ao fenómeno de só ter inchado um tomate ao Chico, quando o mais comum era ter inchado os dois ao mesmo tempo e nas mesmas proporções, para manter o equilíbrio. Um fenomeno de facto, mas a natureza tem destas coisas, nunca se engana, sabe quem merece te-los do sitio e caminhar direito, e quem merece ter só um e caminhar torcido.

Quanto às coisas boas da silly season, foi ter entre nós dois grandes ddr, o João da Silva ddr com provas dadas e mérito proprio e o Manuel Fradique (Souto), que bastaram dois treinos para conseguir as mesmas esfarrapadelas que alguns ddr num ano. Por isso e pelo seu fair play, passa a ser um ddr honoris coisa e em agradecimento pelos bons momentos, entregamos-lhe as chaves de honra da nossa sede da Colonia. Infelizmente estiveram pouco tempo connosco mas o suficiente para terem deixado saudades ao grupo. Enviamos daqui uma grande saudação para os dois e voltem depressa.

2.Terminamos com a boa ação, praticada durante o treino espetacular de ontem, quando encontramos um cachorro preso, envolto numas malhas, que alguém sem a noção para que serve um contentor de lixo, descarregou na berma de um estradão de um pinhal, onde raramente alguém passa por ali, felizmente acabamos com a agonia do animal que quando se viu liberto, pisgou-se que nem uma bala. Estás a ver Martinho, até para ser cão é preciso ter sorte.

 

Pela Rota das Sombras

O aviso fora feito uns dias antes “o dia seria para a romaria” e, foi…. foi mais um bom dia, dos muitos, à boa moda dos ddr.

Depois de percorrer os 113kms desde Apulia, às 10h15, os dez ddr, estavam prontos para dar a volta (mais uma vez), pelo espetacular trilho da Rota das Sombras.

Começamos como habitualmente, na estação termal de OS Baños, junto ao Rio Caldo, uma pequena povoação do concelho de Lobios na Galiza a 6kms da Portela do Homem.

Por um trilho agradável, depressa atingimos os marcos mileares da Ponte Nova e depois continuamos pelo trilho das Geiras até entrarmos no estradão que vai dar ao Vale das Sombras.

Sem stress, sem preocupações de tempo ou do que quer que fosse, o objetivo era desfrutar ao máximo o que a Rota tinha para nos oferecer e da camaradagem do grupo.

Ao km 14, a 900m de altitude, surgiu-nos uma piscina (tanque), cheia de água corrente, ora conhecendo a apetência pela água do Bruno, foi sem surpresa que comandou o assalto à piscina, furando a cerca de arame e foi o primeiro dos sete a mergulhar na água gelada, proeza que viria a repetir ao km 20, na curva do rio Airo, no meio do famoso trilho a 1km que dá acesso às Minas das Sombras.

Sozinhos, com o barulho ensurdecedor das montanhas, miravamos sem nos cansar o imenso vale inóspito de Lobios, enquanto circundávamos as montanhas a 1100m de altitude.

É de facto compensador subir quase 1000m para contemplar os 15 km deste Vale profundo apelidado das Sombras.

Depois foi descer de prego ao fundo, por entre cavalos e vacas até surgir as primeiras casas.

Ficamos um pouco desiludidos, por no fim da descida o GPS não nos ter mandado por trilhos, já que os últimos kms foram feitos por pixe até ao local da partida, seria um fim mais ao nosso jeito. Assim soube a pouco.

Terminada a volta fomos ao obrigatório mergulho das águas termais, quentes e frias, antes de rumarmos definitivamente até Covide, Terras de Bouro e ficarmos encravados por algumas horas no Bosk, o nosso restaurante de estimação gerido pela D.Emília, com uma pachorra do caraças para nos fazer o almoço às 3 da tarde e nos aturar até às 18h30.

O ojetivo do dia fora sobejamente atingido, só foi pena que o inspiradissimo Futre, tenha mais uma vez adiado a historia do urso ao Miguel e o Nelson.

O Manel

1.Incentivado pelo Milo da loje, foi com alguma curiosidade que vimos aparecer no Rafas, um individuo forte, entroncado, equipado com o primeiro equipamento dos ddr usado em 2007, com rosto moreno a fazer transparecer que a vida não foi fácil.

O Manel Souto um velho conhecido dos ddr`s mais antigos do grupo, vive há largos anos na Corsega, só regressa à terra onde nasceu, uma vez por ano e em férias como agora.

O Manel em tempos quando lhe faltava coragem para acompanhar as deambulações amalucadas dos ddr, ia no seu encalço seguia-lhes o rasto deixado na terra pela marca dos pneus e foi assim, como nos revelou no fim da jornada de hoje, enquanto saboreavamos umas imperiais xxl fresquinhas, que deu a primeira e unica pedalada com os ddr até hoje, só uma vez é que arriscou e juntou-se ao grupo em S.Lourenço mas, a junção não correu muito bem e daí, jurou nunca mais querer misturas com este tipo de gente meio tresloucada.

Para os mais novos no grupo o Manel Souto é um tipo desconhecido, ou era, porque depois da extraordinária exibição d`hoje, passou a ser um tipo às direitas e bem conhecido.

Muito por causa da condição física do Manel e também porque sim, os 40km de hoje foram feitos em toada pachorrenta e, quando o nosso amigo propôs desistir a meio duma subidita de 120m, para não atrasar, opusemo-nos tenazmente a tal ameaça, estávamos ali para o ajudar, a rebocar, a empurrar, enfim para o que fosse preciso, menos a carrega-lo às costas porque alem de não dar jeito, aquele corpinho aparentava pesar uns quilos valentes.

Era evidente que o nosso Manel sem treino, sem rotina nas pernas não podia dar mais nas subiditas.

Mas, se nas subidas não podia dar mais, na descida deu de mais e foi um regalo para quem assistiu, como nos contou os dois felizardos que tiveram a sorte de ir atrás do nosso herói, ver a postura acrobática kamikase em cima da burra a descer pelo estradão irregular, parecia aqueles cow boys dos rodeos americanos, aos pinotes, em desequilibro a ver quanto tempo aguentaria até ser cuspido da garupa, era uma questão de tempo, pois segundo o testemunho do Cunha e do Chico, pela trajetória tomada aos esses, o heroico Manel, não tinha qualquer hipótese de a corrigir e, tão fatal como o destino, foi cuspido da burra com um belo mortal de 360º.

Costuma-se dizer que “ao menino e ao borracho pôs Deus a mão debaixo”, o nosso amigo Manel não sendo borracho e muito menos menino, Deus condoeu-se com a cena e abriu uma exceção pondo-lhe a mão debaixo e saiu do rodeo praticamente ileso, com uns simples arranhõezitos de pouca monta e com um final feliz.

2.Perelhalvixlandia, ali tão perto, era inevitável e visitamos pela enésima vez um dos nossos locais de culto sempre apetecível em qualquer altura do ano. O chefe foi o primeiro a mergulhar seguido pelo Manel completamente refeito do capotanço, nas águas límpidas do lago que logo se tornaram turvas pela força da agitação do fundo lodoso mas, isso não impediu que o Milo, o Soares, o João e o Tozé se amandassem também para a água, enquanto o resto se estendia descontraidos por cima das pedras como lagartos ao sol.

Como também era a 1ª vez do Manel em Perelhalvixlandia, não foi preciso praxa-lo como é de tradição, irrequieto, entrava e saía com mestria pelo buraco da pedra parideira, berço do renascimento por onde todos os ddr emergiram um dia.

Neste paraiso escondido de olhares curiosos, só nos apercebemos do perigo que corremos, quando o Milo topou um lagostim na corrente da água pelo cimo das pedras.

É verdade, Perelhalvixlandia tem lagostins e granditos, doravante temos de ter muito cuidado, não vá o diabo tece-las e sermos agarrados pelas mandibulas afiadas dos crustáceos e ficarmos com os tomates inchados comós do Chico.

3. O mês de julho está quase no fim, foi um mês calmo p`ros ddr, mesmo assim ainda houve alguns picanços de relevo:

– A meio do mês, dois ddr foram para Bragança granfondoerem-se no III Bragança Granfondo, a mais espetacular e animada prova de ciclismo de fundo de todas as realizadas no país, quiçá do mundo. O Miguel, com o pico da forma no máximo, arrancou de Bragança virado a norte a toda a força e só parou 140km depois pelo sul  Bragança. Pelo meio, contou no fim “tive de refrear o andamento porque não fazia ideia do que estava pela frente e de desmamar um grupo de espanhois que me mamaram(?) durante muitos kms”. No fim teve direito ao diploma de ouro. Grande performance. Excelente Miguel.

O outro ddr Narciso, teve de contentar-se com o diploma de prata e já foi muito bom, mas lá que se divertiu, divertiu.

– Afinal quem mudou de emblema não foi o Martinho, foi o Seara que a partir do passado dia 20, passou para o clube dos casados. Felicidades campeão.

Outras boas noticias:

O João da Silva está cá e, como é um duro de roer a sério, não perdeu tempo a apresentou-se de imediato ao serviço e o Manel Souto, prometeu que também não faltaria mas depois do batismo de domingo, temos mais duvidas que certezas.

– O chefe depois de alguns meses conturbados, regressou em pleno e o Chico agora com as bolas no sitio, mais pequenas e desinchadas também.

– O Cunha vestiu-se de motard e à semelhança dos outros anos, foi participar e acelerar para a concentração de motos em Faro e o Nelson foi a S.Bento da Porta Aberta a pé.

– No fim do pachorrento e animado treino de domingo, tivemos o grato prazer de ter à nossa espera a nossa amiga Tãnia Serra e assim terminamos o domingo em beleza.

E agora vamos todos p`ro picanço

O Padroeiro dos Betetistas Desorientados

Há muito, muito tempo, existia algures numa freguesia de Barcelos, um gajo com barba à passa piolho, que coabitava com dois cães. Viviam os três em harmonia perfeita, com os mesmos gostos, a relação era tão forte ao ponto de comer os três na mesma pia.

Faziam frequentemente corridas e, o gajo com barba à passa piolho, corria desalmadamente de uma ponta à outra do quintal na tentativa de não descolar dos seus amigos de quatro patas, proeza a maior parte das vezes inglória, pois ficava desorientado e em dificuldades para atinar com a parte final da correria, contudo, uma vez por outra tinha êxito e terminava a corrida, conseguindo para seu deleite um esforçado terceiro lugar ao lado dos seus companheiros focinhudos.

Esta história até pode ser ficcional, no entanto, tem algumas verosimilhanças com um ddr recentemente eleito “Padroeiro dos Betetistas Desorientados”, senão vejamos:

Mora numa freguesia no limiar dos concelhos de Esposende e Barcelos.

Tambem tem barba à passa piolho, com tiques de hipster (um tipo com barba crescida, cabelo carrapitado e roupas justas),

Tem dois cães, mas aqui a história é um pouco diferente, pois ao que parece não há grande harmonia entre os três e consta até, que cada um come na sua pia o que a ser verdade, é indicio de facto de alguma perturbação entre os três e a prova disso é que há poucos dias os cachorros fartos de o aturar, deram de frosques e não quiseram saber dos apelos angustiados do hipster barbudo para que voltassem, voltaram sim quando muito bem entenderam ao fim de uns quantos dias.

O grupo dos ddr treinantes deste domingo, puseram mesmo em causa a idoneidade dos canitos: será que na fuga levaram aquele GPS do Transcavado e Piodão.…? Se levaram, foram burros, depois de tanto conviverem, deviam saber que esse GPS desnorteia-se com qualquer coisa e fica facilmente irritável e perde as setas. Se foi assim está explicada a causa de andarem tantos dias perdidos.

Quanto a corridas a três, não nos parece que haja alguma analogia com os três da  história, no entanto é verdade que o padroeiro dos betetistas desorientados, sofre muitos desaires que o deixam desatinado, mas é persistente e, uma vez até ganhou uma corrida…sem meta, em Gemeses e com mais de três participantes.

O Martinho está de volta, a musa inspiradora destas cronicas regressou e se os cães demoraram uma semana a regressar, o Martinho demorou 27 dias. Foi uma questão de interpretar o GPS conforme as capacidades de cada um.

O Martinho regressou em força e não perdeu tempo, começou logo a chatear a pinha aos gajos do emblema que ele ameaçou trocar, logo nos primeiros kms estropiou um pneu da burra, valeu-lhe a competência dos injinheirus ddr, sobretudo o injinheiru- chef  Eurico Cunha, que o desenrascaram mas não foi fácil, a primeira tentativa a enxofrar a camara-de-ar foi em vão, verificou-se depois que um injinheiru tentou sabotar o arranjo do burra emprestando-lhe uma camara-de-ar com mais furos que um passador chinês, por fim  outro injinheiru condoeu-se da pobre roda e lá lhe arranjou uma camara a sério e foi assim que PDBD, evitou ter de regressar a casa com o rabo entre as pernas.

Quem estava a ver a vida a andar para trás era o nosso amigo Nuno Gonçalves que depois do aquecimento matinal de… 15kms a correr, tinha planeado fazer no mínimo 40kms e pelo que se viu, a coisa não esteve fácil mas tudo se resolveu mais uma vez graças à competência dos injinheirus ddr.

Quanto ao treino mesmo com o Martinho em cena, foi porreiro, embora um bocado para o puxadote e o Nuno conseguiu o objetivo do dia, ou seria da manhã?

A três kms do final, um elemento desconetou-se do grupo e até hoje nunca mais foi visto, quem haveria de ser? O nosso artista, o Martinho ao mais alto nível.

As fotos do nosso artista em plena labuta sobre a supervisão dos injinheirus ddr

Preparação para o GR22

Como só faltam 15 dias para a aventura pela Grande Rota 22 (GR22), das aldeias históricas de Portugal, os ddr ultimamente tem acelerado a preparação, sobretudo do caparro, para fazer boa figura nas horas da trepadura pela serra do Açor e Estrela, assim como no proximo domingo no Granfondo do Gerês.

Senão vejamos: hoje ao km 20, um ddr partiu a bike, ou seria a bike que partiu o ddr? Não, foi a bike que partiu para alivio deste e, não teve outro remédio senão chamar o pronto-socorro para voltar ingloriamente para casa com o rabo entre as pernas.

Como tal, para (des)equilibrar o grupo veio expressamente de Palmeira, outro ddr, o Seara, para o render, causando-lhe grande transtorno porque teve muita dificuldade em atinar com o caminho até ao ponto da bike partida e, mesmo assim não se livrou de um valente raspanete do vice chefe dos ddr Francisco Pinto Ferreira.

Outro, presume-se, não apareceu porque causa do trauma do quarto 304 da Figueira da Foz.

Quanto ao Nelson, houve quem pusesse a hipotese de alguem que lhe é muito proximo, ter encurtado a rédea por entender que já era tempo de entrar nos eixos. Deixa lá Nelson, toca (ou tocou) a todos.

E o Miguel? Esse estupor, continua indomável, com o gás todo desde há muitas semanas, não há quem o agarre e continua tambem a não deixar ninguem dormir enquanto pedala

Por o ultimo, o Martinho foi treinar em altitude, para não ficar mal visto (ainda mais), foi contar anedotas com o Fernando Rocha para a Corsega.

Algumas fotos deste domingo e do passado, atestam que foi mesmo duro e não foi a trabalhar p`ro bronze como disseram as más linguas…

 

 

Os escolhos dos ddr até Fatima

1.O Max mordeu o chefe, o ingrato em vez de corresponder às festas com uma lambidela, arreganhou os dentes e não foi de modas, escolheu os dedos da mão para cravar a dentuça, teve bom gosto e ainda bem que foi ao chefe, só se safou de levar uma valente biqueirada porque tinha o lombo protegido pelo ti Manel “Reco”.

Como a CMTV, passado uma semana ainda não se debruçou sobre este caso do Max, nós vamos antecipar-nos e contar aqui todos os pormenores aos nossos amigos e a quem não participou nesta peculiar aventura por motivos de força maior, como tudo aconteceu e também, já agora, para servir de aviso aos mais incautos para se defenderem das garras do malvado Max, se pensarem ir para as bandas de Mira, então foi assim:

Vamos começar pelo principio, no sábado dia 11, um grupo de 16 duros de roer saiu de Apulia por volta das 06h30, felizes de vida e bem-dispostos com rumo à Figueira da Foz. Com um dia tão lindo, nada fazia prever que alguém fosse roído, muito menos o chefe.

Ao som da musica espanta-ddr do Smart do Tino,  e sem bufarias do vento, rolavamos bem, Vila do Conde, Porto – nada de cair nos trilhos do elétrico e ficar perdido, isso foi noutros tempos -, VNGaia – só para tirar fotos – Afurada, é sempre muito agradável esta parte do percurso desde a foz do Douro até Espinho, tão agradável que o Campos extasiado com a paisagem, foi de encontro a um ciclista para lhe dar um abraço mas, este alem de ter rejeitado o abraço, ficou zangado e a barafustar e, em protesto  deixou grafitado na ciclovia a cor preta do pneu. Ingrato.

Ao km 70, cumpriu-se a tradição e aterramos nas bancas do peixe do campo da feira de Espinho, para atascar o bandulho com as sandoxas da marmita. Um facto curioso chamou a atenção do grupo quando no auge da mastigação, um ddr durão, chegado nas vésperas do estrangeiro, sedento, tentava abrir uma cerveja com…uma escova dos dentes. O jet-lag tem destas coisas.

Seguiu-se Ovar, Estarreja, a caminho de Aveiro um ddr armou-se em parvo e distanciou-se uns metros na frente do pelotão e o chefe lá teve de pôr ordem no aforo e foi lá à frente com o intuito de traze-lo para trás puxado por uma orelha. Mais tarde o carapau de corrida, desculpou-se que queria ganhar algum tempo para tirar fotos aos ninhos das gaivotas em cima dos porticos da estrada. Ficou tão nervoso com a reprimenda que confundiu as cegonhas com gaivotas.

Cento e cinquenta kms depois, chegamos a uma das parte mais complicada do percurso, Mira, a terra do Max, o feroz roedor de duros.

 

2.Entramos na quinta do Snr, Carlos Miranda, como se fossemos donos daquilo tudo, é preciso ter lata mas, este grupo tem lata de sobra, de imediato abancamos para atacar o leitãozinho(zão), ora foi nesta altura que se se deu o acontecimento do dia. O Max peludo, que andava por ali de nariz no ar com o seu guarda costas ti Reco a farejar o ambiente barulhento-garrafento-leitaozeiro-chouricento-amendoeiro, dava mostras de enfado por termos invadido o seu território, com cara de poucos amigos fazia-se de caro, de estrela de circo e foi só a pedido do ti Reco que a muito custo se sentou à mesa com um amigo da sua igualha mas menos peludo e, desconfiado começou a mancar os manfios quase todos de amarelo, trituradores de porquinhos e despejadores de garrafas, apesar de tudo, nada fazia prever o ataque de fúria arreganhada de que foi acometido.

Foi então que aconteceu, o chefe numa de charme, fez-lhe festas na cabeça e, o feroz do Max abocanhou-lhe os dedos da mão “Hã seu grande patife que levas já uma biqueirada e vais parar ao meio da lago” (as palavras não foram bem estas foram bem mais contundentes), balbuciou o chefe irritado, com o ti Reco ao lado do Max a sorrir da façanha do seu protegido.

O Milo, que não se apercebeu do sucedido, dali a um bocado, tambem com boa fé, tentou fazer o mesmo e o estupor do Max voltou a repetir a gracinha, deixando o Milo a remoer a desfeita mas, como o Milo não é o chefe, o mordanço não teve tanto impacto mediático e o raio do Max todo inchado, por ter amedrontado dois ddr de peso, continuou de focinho em riste a desafiar quem quisesse fazer-lhe mais festas, sempre com o ti Reco por guarda- costas, neste caso guarda-traseiros.

 

3.Este incidente com o bad Max e depois com o ti Reco, que interrompeu abruptamente a visita guiada aos moinhos d`a areia, do qual é o fiel guardião e o seu santuário de estimação, sem sabermos exatamente porquê – mas desconfiamos – ia gerando um incidente diplomático de proporções imprevisiveis se a atenção não fosse desviada para as burras de estrada que, para fugirem ao tradicional enforcanço nas arvores, meteram-se no Inô, o barco do lago, com os GPS e deixaram-se ir à deriva até ao meio do lago para ficarem longe dos carrascos enquanto estes continuavam entretidos em volta da mesa, o pior é que se esqueceram que não sabiam remar e como utilizar o GPS para regressar a chão firme, foi então que quatro abnegados ddr encabeçados pelo chefe, Martinho, Cunha e Nelson, formaram uma equipa de resgate e foram em seu auxilio para as resgatar. Uma operação difícil e demorada com contornos rocambolescos que, por pouco não foram fazer companhia aos óculos do Martinho do ano passado, foi por um triz.

Passado duas horas terminou a avacalhação e abandonamos a quinta e, se o incidente com o Max estava sanado, o do ti Reco nem por isso, o Futre era o mais inconformado com a visita aos moinhos interrompida e, para afogar as magoas fomos os 16, tomar café ao Cebola um pequeno bar/tasca, próximo da quinta.

Aquilo é que foi; tomamos de assalto a tasca, com toda a gente a gritar ao mesmo tempo por café e outras coisas, a cantar, aos saltos, felizes da vida por termos ultrapassado o obstáculo Mira com distinção, pese embora como já dissemos, a pedra Reco que continuava no sapato do Futre.

O Snr Cebola viu-se em palpos de aranha para servir tanta gente. Bebemos café até cair p`ro lado. Um ddr estava tão feliz que num gesto magnanimo, na despedida, deixou quarenta cêntimos para pagar a despesa (três cervejas), aos três clientes ainda não refeitos da tumultuosa invasão.

E foi assim que deixamos em paz o café do Cebola e fomos à vida, pedalar para a E109, continuando felizes, a gritar e a cantar e, apostados em terminar a operação Figueira da Foz ainda de dia mas não foi fácil.

 

4.Desta vez para variar, a chegada à Figueira fez- se por Quiaios e depois pela subida estuporada da serra da Boa Viagem – que não tem nada a ver com a subida pela E109 -,  fizemos mais 5kms do que previsto mas valeu a pena, a paisagem costeira com o cabo Mondego ao fundo é deslumbrante, descemos para Buarcos com o vento a soprar forte, e terminamos os 200 kms da etapa, pela marginal da Figueira até ao nosso velhinho hotel Aliança onde o dono distribuiu os ddr pelos quartos desde o 104 até ao….304 !!!

O dia não estava terminado, depois do banho e antes de fazer ó,ó, fomos à procura de comida.  Dos varios restaurantes a levar com o nega, finalmente o núcleo sportinguista da Figueira da Foz, foi o único restaurante das imediações do hotel, que aceitou dar-nos repasto. Para mal dos seus pecados ainda hoje devem estar arrependidos por se terem condoído com os 17 esfomedos que lhe bateram à porta que, depois do enfardanço tiveram de ser persuadidos a desistirem da ideia de fazerem sala até de manhã.

 

5.Manhã do segunda dia, 12 maio, caso raro, toda a gente estava a postos para o treino de domingo.

O dono do hotel, com sorriso à Gioconda, depois do pequeno-almoço, prenunciava alguma tempestade, mas o quê? O tempo estava tão lindo!

Antes de abandonarmos as instalações das burras, explicou que houve um desaguisado no quarto 304, qualquer coisa com as luzes de um candeeiro e da TV.

A explicação como é bom de ver, deu brado entre o trio que dormiu no 304 e o dono, pois não chegaram a entenderem-se. Nós é que não fomos em cantigas, percebemos logo que  queria publicidade ao hotel à nossa conta e, a provar a nossa teoria quando nos despedimos já tinha recolhido algumas assinaturas de hospedes felizes, afinal não é todos os dias que partilham um hotel com os famosos ddr, e, certamente não terão outra oportunidade de nos verem por lá, a unica oportunidade doravante é dormir no EC304, tornado a partir de agora o quarto mais icónico, com mais historia do hotel.

 

6.Os setenta e tal kms ate Fátima, fizeram-se num ápice, em toada calma e sossegada, o que para alguns ddr tornou-se perigoso porque iam adormecendo em cima das burras. Proximo do santuário deparamos com muitos peregrinos em pequenos grupos mas também com ranchos enormes, o habitual nas vésperas dos dias 13.

Quando chegamos ao recinto do santuário já se encontrava muita gente e continuavam a afluir grupos imensos de peregrinos depois de dias massacrantes e dolorosos a caminhar, chegavam felizes e diziam para os media, que por andavam por ali a fazer diretos e a quem os queria ouvir, que não havia palavras para descrever a felicidade que sentiam depois de tanto sofrimento.

Confesso que ao ouvi-los emocionados a descrever o que lhes ia na alma, fiquei com inveja, pois gostaria de ter a mesma fé que eles.

Quanto a nós por lá andamos algum tempo no meio da pequena multidão, isolados, cada qual na introspeção que entendia, favorecida pelo ambiente espiritual do santuario.

Foi uma bela aventura, com todos os ingredientes à moda dêdêrriana e até perdoamos ao Max e ao tio Reco.

Dedicamos esta aventura aos nossos ddr emigrantes e aos ddr que não puderam estar presentes, especialmente os: Paulo, Tozé e Emílio

Os 16 duros de roer de 2019 do XVIII Apulia – Fátima

Filipe Torres, Francisco Ferreira, Manuel Torre, Celestino Palmeira, Emílio Hipólito, Filipe Correia, Narciso Ribeiro, Tiago Costa, Anthony Martinho, Eurico Cunha, Miguel Dias, António Soares, Nelson Dias, Manuel Campos e Filipe.

Na logística, nos 2 dias:  Zacarias Palmeira

Condutor do autocarro de regresso: Narciso Lopes e Lino

 

Quem agarra o Miguel?

Juro que não fomos nós que assaltamos o café S.Bento na freguesia da Varzea, quer dizer, jurar jurar, talvez não, porque um elemento do grupo disse que dormiu pouco por ter feito um trabalhinho de noite até às quatro da madrugada e como não explicou o tipo de trabalhinho, pairam no ar algumas suspeitas e, como o criminoso volta sempre ao local do crime….mas, não, não foi ninguem do grupo que abriu à marretada uma porta na vidraça do café da Varzea onde nos reforçamos para fazer os restantes 40kms, até terminar o treininho pixante de 90kms que serviu essencialmente para lubrificar os músculos para o próximo fim de semana até ao concelho de VN de Ourém.

Enquanto pedalávamos pela Povoa, Famalicão, Barcelos, Feitos, Esposende e etc, na Régua quatro ddr: Bruno, Cunha (fez parte da equipa Maulini Sá da Suiça), Tozé e Miguel, também pedalavam pelas espetaculares estradas dos socalcos das vinhas do Douro pois fizeram parte dos 2384 ciclistas que embarcaram  na Régua para a aventura de participar no 5º Douro Granfondo e a prova correu tão bem que o Miguel, novato nestas coisas de granfondices, ficou tão eufórico com a experiencia que já avisou ao mundo dederriano que a partir de agora vai participar em todos os granfondos e dos mais compridos que lhe apareçam pela frente. Assim é que é, grande Miguel e se o Cunha, dois dias antes do Douro, foi a Santiago de Compostela em 10 horas, só numa tirada, o Miguel a continuar assim, quem o agarra ? A pedalar deste jeito sem estribeiras, daqui a pouco vai a Santiago com a zirinha de estrada e volta no mesmo dia e se for numa quinta ainda sobra tempo para fazer o treino à noite.

Para terminar fica a promessa ao Nelson, de que havemos de ir à Vacaria nem que seja de…mota! eh, eh